segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bárbara


Fui ver Bárbara, filme de uma rara sensibilidade nos dias que correm. Conciso nos diálogos, mas carregado de sentido.
História de uma médica de Berlim-leste exilada no seu próprio país; numa remota povoação das margens do Báltico.
A beleza, por vezes agreste, da paisagem contrasta com a atmosfera social, que é sufocante, culpa da crueldade e perversão de um regime insano, o da antiga RDA. Mas a humanidade das personagens, a cumplicidade que se entretece para além dos papéis sociais, é tocante. E é uma forma de resistência. É nos interstícios do poder que jaz a possibilidade da utopia. No plano micro das relações humanas que escapam às lógicas do poder.
Mas não há sombra de maniqueísmo neste filme que abraça a complexidade das coisas. E fá-lo de uma forma simples, por meio de uma eficaz narrativa.
Excelente a interpretação de Nina Hoss (uma grande actriz!). E que fotografia tão sedutora, que cores! Está de volta o bom cinema alemão

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