Afinal, o
medo da inflação não está apenas enraizado na experiência histórica alemã dos
trágicos anos trinta. Também a grande literatura faz dele
eco. E, assim, Weidmann recorda o diálogo de Mefistófeles com o imperador. E o
remédio para os males da bancarrota que assola o império: uma simples nota de
papel com a assinatura do imperador; o império entregou-se à tarefa de as imprimir
aos milhares e por uns tempos a vida continuou a ser como dantes. Para
contentamento do povo.
Para Weidamen, o italiano Mario Draghi é o Mefistófeles
na corte do império do Euro.
MEFISTÓFELES:
A minha viagem deu p'ra notar
Que está em apuros o bom do imperador. Já o conheces.
Quando o divertíamos,
Falsas riquezas na mão lhe metíamos,
Pensava que o mundo era seu.
(...)
FAUSTO:
Erro fatal.
(...)
MEFISTÓFELES:
(...)Gozou como podia,
E agora o reino caiu na anarquia:
Grandes, pequenos, todos guerreando,
Irmãos perseguindo-se, matando,
Atacam-se castelos e cidades,
Guildas e nobres em luta, inimizades,
Bispo, povo e cabido desavindos,
Olham-se e pronto!, já são inimigos.
'Té nas igrejas morres, e diante
Das porras corre risco o viajante.
Cada um mais ousado se mostrava;
Viver? Não, defender-se! - E a coisa andava.
JOHANN WOLFGANG GOETHE – in “FAUSTO”
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