Somos nós, cidadãos, que fazemos
os partidos e escrutinamos os governos eleitos nos vários níveis da vida
democrática; nacional, regional e local. Se caucionamos o mau governo, ou nos
alheamos do escrutínio dos eleitos e da participação cívica, então somos
co-responsáveis pela situação vivida no nosso país; de crise democrática
exacerbada pela tormenta económico-financeira.
Ontem vimos, na nossa
televisão ainda pública, um primeiro-ministro impreparado, cujas respostas,
nalguns casos, roçaram a infantilidade (vide o episódio das pessoas com
dinheiro que não compraram carros, razão para a quebra da receita fiscal; ou a
sugestão ao patrão da Sonae para baixar os preços). Mas Pedro Passos Coelho não
será o último primeiro-ministro impreparado da nossa democrática república.
Outros estão ao virar da esquina: enquanto persistirem mecanismos de selecção muito
pouco meritocráticos das elites políticas ao interior dos partidos políticos; enquanto
continuar a nossa abulia democrática.
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