sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Das elites políticas (e do Pedro).

Sabemos que não podemos viver sem elas. Nem sem partidos. A Democracia precisa destes, mesmo não se esgotando neles. Mas podemos ter partidos e não ter Democracia. E a crise desta espelha o estado das organizações partidárias. Mas a responsabilidade última pela qualidade da democracia que temos é nossa.

Somos nós, cidadãos, que fazemos os partidos e escrutinamos os governos eleitos nos vários níveis da vida democrática; nacional, regional e local. Se caucionamos o mau governo, ou nos alheamos do escrutínio dos eleitos e da participação cívica, então somos co-responsáveis pela situação vivida no nosso país; de crise democrática exacerbada pela tormenta económico-financeira.
Ontem vimos, na nossa televisão ainda pública, um primeiro-ministro impreparado, cujas respostas, nalguns casos, roçaram a infantilidade (vide o episódio das pessoas com dinheiro que não compraram carros, razão para a quebra da receita fiscal; ou a sugestão ao patrão da Sonae para baixar os preços). Mas Pedro Passos Coelho não será o último primeiro-ministro impreparado da nossa democrática república. Outros estão ao virar da esquina: enquanto persistirem mecanismos de selecção muito pouco meritocráticos das elites políticas ao interior dos partidos políticos; enquanto continuar a nossa abulia democrática.



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