terça-feira, 10 de maio de 2011

O Memorando: troikas e elites

O país parece ter recebido com indiferença (ou talvez resignação) o Memorando da Troika.
O Memorando fixa medidas e prazos ao futuro governo saído de eleições, certamente democráticas mas também pífias.
Pelo meio, as elites clamam que “agora é que é!”, chegou pois o abençoado tempo das reformas. Na urgência do tempo presente, em que o dinheiro é preciso para pagar salários e pensões, alguns arautos do fetiche reforma dizem-nos que se não for desta, então adeus Pátria.
Vão-se os anéis do Estado, vulgo privatizações para alimentar a avidez do capitalismo de compadrio, suprimem-se municípios, talvez comarcas judiciais, e sabe-se lá mais o quê. Talvez a (ingénua) crença nos de fora que nos vão pôr nos eixos. A História, essa, é implacável e encarregar-se-á de desiludir os crédulos. E por falar em História, não estaremos nós a padecer de fadiga histórica?

PS. Nos sítios dos jornais, nem uma tradução para português do famigerado memorando.

2 comentários:

  1. 1 - resignação e não indiferença (que remédio tens?)
    2 - democráticas e pífias sim senhor (só agora te apercebes?)
    3 - adeus pátria é exagero teu (mas se não for agora...)
    Bem, e o último parágrafo não me merece sequer comentários, revela tão só essa tua costela comuna ressabiada. e fadiga histórica? refunda-se a pátria ou quê?
    Agora faz-te um homem e comenta lá o querido Lars von Trier!

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  2. Olá Fausto,

    Não é (só) resignação. É também, e acima de tudo, indiferença.Talvez medo (porque o medo devora a alma). Caso contrário, já teríamos tido um sobressalto cívico, pois não é normal tanta resignação em face condições tão humilhantes. É verdade que a solução não está ao virar da esquina (mas quando é que está?). Mas também não é menos verdade que as respostas nascem condição humana: agir errando, mas errando cada vez melhor.

    PS1. O "Adeus Pátria" é tão-só uma ironia para os que acham esta é a última oportunidade...
    PS2. Quanto ao Lars Von Trier, acho que aquilo foi uma boutade, como dizem os franceses. Um impulso à la Von trier ;)

    Abraço

    Luís Marvão

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